A preocupação dos efeitos corrosivos das artes remonta ao grego Platão e seu discípulo Aristóteles, que viveram entre os séculos III e IV d.C. Para Platão, as artes altamente sentimentais despertam as emoções e corrompem o caráter a partir do momento em que comprometem parte do controle que a razão exerce sobre nós - fato este que se torna ainda mais preocupante quando as emoções despertadas são negativas. Aristóteles, por sua vez, acreditava que essas mesmas artes são saudáveis pela capacidade que têm de purgar a alma contra paixões destrutivas.
• Arte e Emoção
As artes desempenham papel fundamental no desenvolvimento das virtudes morais. O teatro trágico, por exemplo, é especialmente hábil em provocar sensações de medo e piedade. Ainda segundo Aristóteles, isso torna seus espectadores menos propensos a senti-las na vida real.
Filósofos e psicólogos não sabem dizer se emoções causam estados físicos ou se estados físicos causam emoções, mas têm absoluta certeza de que há ligação entre ambas as coisas. Tristeza e raiva são características inerentes ao ser humano, e a maneira de lidar com elas na infância pode definir o caráter; por isso, sentir pouca raiva é tão prejudicial quanto sentir muita raiva.
A raiva, a angústia e a tristeza, quando saudáveis, atuam no retorno a um estado emocional mais equilibrado, ao passo que a sua falta ou excesso leva à insensibilidade. Pesquisas dizem que adolescentes que escutam rock tendem a usar drogas, fazer sexo e ir mal na escola, mas é possível que esse estilo agressivo de música os ajude a lidar com seus entraves já existentes.
• Apaixonados pela vida
A subcultura gótica, que desde a década de 1990 caracteriza-se como uma corrente inspirada na melancolia e no Romantismo do século XVIII, permanece em constante renovação e baseia-se não apenas na música e no comportamento, mas também em outras formas de expressão que refletem a sua personalidade. Se o movimento punk foi uma algazarra sonora cheia de fúria, o pós-punk foi uma evolução que partiu da acusação para a reflexão - do você para o eu.
De acordo com o alemão Martin Heidegger, um dos principais representantes da filosofia existencialista, a sintonia com a morte e a vivência de experiências negativas produzem um sentimento apaixonado pela vida; o mórbido, a visão positiva sobre a solidão e a tristeza, portanto, abrem caminho para uma consciência livre de vícios e hipocrisia. Por outro lado, as normas e conceitos adotados pela sociedade oferecem a estrutura necessária para o desabrochar do ser humano, e rejeitá-las por completo pode causar alienação e amargura.
Fontes
Metallica e a Filosofia - Um curso intensivo de cirurgia cerebral, coletânea de William Irwin
Spectrum Gothic
excelente post! só 1 coisa a sociedade atualmente é só hiprocrisia.
ResponderExcluirhttp://sramaia.blogspot.com.br/2011/05/goticos-e-paixao-pelo-mundo-das-trevas.html
http://sramaia.blogspot.com.br/2011/07/as-origens-da-cultura-gotica.html