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Santo Sudário de Turim

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As características da imagem que hoje fazemos de Cristo provêm do século IV, ao início do Império Bizantino, com a Lenda de Verônica.
De acordo com a piedosa tradição cristã, Verônica (do latim vero icone, verdadeira imagem) teria sido uma mulher que secou o suor e o sangue do rosto de Cristo ao caminho do calvário.
Após a crucificação, José de Arimatéia apresentou-se a Pilatos e reivindicou o corpo de Cristo a fim de sepultá-lo. A comemoração do Sábado de Páscoa - festa judaica que celebra o fim da submissão aos egípcios - fez com que o corpo precisasse ser oculto às pressas, envolvendo-o com uma mortalha de linho.
Ao Domingo, porém, quando seria limpo e perfumado, o cadáver não foi encontrado em seu sepulcro. Desde então, a Páscoa é também uma celebração à ressurreição de Cristo, e os ovos são uma tradição simbólica à vida que de dentro do seu túmulo renasceu.
Porém, segundo a cultura judaica, qualquer objeto tocado pelos mortos era considerado impuro - fato este que motivou perseguições aos cristãos para que fosse destruída a mortalha.
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O lençol de aproximadamente 4m de comprimento foi sagrado a principal relíquia da cristandade pelo papa Júlio II, em 1506. Originário do Oriente Médio, o tecido de linho proveniente do século I possui resquícios de células de pólen de plantas existentes unicamente na Palestina.
Para que fosse cientificamente comprovada a sua autenticidade, desenvolveu-se um ramo específico chamado Sindologia (do grego sindon, termo encontrado no evangelho de Marcos para descrever o sudário). A Universidade de Turim (Itália) foi a primeira a realizar testes de microscopia sobre o tecido, em 1977.
Pouco depois, em 1978, um grupo de 40 cientistas, sendo apenas sete católicos e um ateu - que, aliás, foi o primeiro a retirar-se das investigações -, teve acesso à relíquia durante 120 horas.

Desde então, incansáveis baterias de exames de raio X, raio X com fluorescência, raios infravermelho e retiradas de amostras com fita foram realizadas em prol de quaisquer traços de verdade. Entretanto, testes de datação através da técnica radiométrica com carbono 14 só foram autorizados pela Santa Sé em 1988, quando as universidades de Oxford (Arizona, EUA) e Zurich (Suíça) apresentaram um mesmo surpreendente resultado: origem entre os séculos XIII e XIV.
Incessantemente inquirida, a Igreja Católica afirmou que o sudário teria sido danificado por um incêndio em sua capela e suas respectivas tentativas de controlá-lo, em 1532. Em 2005, o Vaticano acrescentou ainda que as amostras retiradas para análise eram parte de um ponto do manto que não pertencia ao tecido original.

Em meio a tanto, diz-se que o manto parece ter envolvido o corpo de um homem de 1,75m e algo em torno de 35 anos, tendo sido este atingido por cerca de 120 chibatadas de um flagrum taxillatum (horrível flagelo, açoite utilizado pelos soldados romanos) disparados por dois homens em sentidos opostos. São claramente visíveis os sinais de uma grande ferida sobre o coração, causada por uma provável estaca; marcas de excessivo peso sobre os ombros; pulsos perfurados por cravos, bem como os pés; olhos marcados em baixo relevo por duas moedas correntes do imperador Tibério César e o globo ocular esquerdo perfurado por espinhos.
Contudo, tantas respostas só fizeram instigar novas perguntas: se um sudário funerário envolvesse de forma aproximadamente cilíndrica um corpo, o resultado seria uma projeção ortogonal, isto é, sem impressões laterais do mesmo; a distorção deveria ser exageradamente alongada para os lados, e não em sentido vertical como a que vemos sobre o tecido.
Além disso, uma vez que não há batimentos cardíacos, cadáveres não sangram. E mais: durante as primeiras fases do processo de decomposição, um corpo exala gases tóxicos que reagem com a camada de celulose do pano; em seguida, líquidos igualmente tóxicos manchariam o tecido e fariam-no perder sua possível coloração.

Originalmente um negativo, a imagem sobre o sudário é superficial e composta por fibras coloridas dispostas em cadeia com fibras descoloridas, formando estrias sobre a mesma.
Portanto, para justificar sua incomum formação, levamo-nos a crer que o corpo tenha sido obrigatoriamente retirado de sua mortalha antes de iniciada sua decomposição natural.

Atualmente, o Santo Sudário de Turim está resguardado longe de maiores especulações, na Capella della Sacra Sindone do Palazzo Reale de Torino, desde 1578. Propriedade oficial do Vaticano há mais de 25 anos, a peça é muito raramente exibida em público; sua última exposição foi no ano 2000, quando atraiu mais de 1 milhão de visitantes.

Fontes
Professor José Marques, professor de Arte
Professor Antônio Jackson Brandão, professor de Estudos Religiosos
Wikipedia

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