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Florbela Espanca




Florbela Espanca é um dos maiores nomes da poesia simbolista portuguesa. Seus versos revelam um temperamento forte impulsionado pelo desejo inquieto de liberdade e pelo amor de natureza erótica.

• Biografia

Flor Bela de Alma da Conceição Espanca nasceu em Vila Viçosa, Portugal, na madrugada de 7 para 8 de dezembro de 1894. Ela e seu irmão mais novo, Apeles, eram filhos ilegítimos de Antonia da Conceição Lobo e João Maria Espanca, que era casado com Mariana do Carmo Inglesa - matrimônio este que não gerou descendentes.
De 11 de novembro de 1903 data a primeira manifestação literária de Florbela: o poema A Vida e a Morte. Em 1907, manifestam-se os primeiros sinais da neurastenia (distúrbio psicológico que ocorre em função do enfraquecimento do sistema nervoso central). Após a morte de sua mãe, a poetisa e seu irmão mudam-se para o Distrito de Évora com o pai e a madrasta.

Aos 19 anos, Florbela casa-se no registro civil com Alberto Murtinho, que desde o ensino primário fora seu colega de classe. Mesmo com dificuldades financeiras, em 1914 o casal muda-se para Serra d'Ossa e abre um colégio.
Financiada por seu pai, ela inicia a faculdade de Direito da Universidade de Lisboa em 1917, a qual abandonaria antes de completar. Dois anos depois, sofre um aborto espontâneo e muda-se para a freguesia de Quelfes. Com isso, separa-se do marido e publica  Livro de Mágoas, obra que dedicou ao pai e ao irmão.
Em 1920, dá início à obra Claustro das Quimeras e passa a viver em Matosinhos com o republicano Antônio José Marques Guimarães, com quem se casou um ano depois.

De volta a Lisboa, publica o livro Sóror Saudade, que revive a sentimentalidade feminina das cartas de Sóror Mariana Alcoforado ao Marquês Noel Bouton de Chamilly. Em seguida, segue para Gonça para recuperar-se de um novo aborto. Com o casamento desgastado, Guimarães pede o divórcio e, graças a isso, a família de Florbela a rejeita durante dois anos - fato que a abalou muito.
No ano de 1925, vai para Esmoriz e casa-se pela primeira vez na Igreja (e pela terceira no civil) com o Médico Mario Pereira Lage. Em 1927, o suicídio de seu irmão inspira-lhe a escrever o conto As Máscaras do Destino. Apeles tornara-se aviador e, em desespero pela morte da namorada, lançou-se de avião no rio Tejo.

Com a saúde fragilizada pela doença, Florbela tenta suicídio e apaixona-se pelo pianista Luis Maria Cabral, a quem dedicou os poemas Chopin e Tarde de Música.
Após uma nova tentativa de suicídio, a neurose torna-se insuportável e surge o diagnóstico de um edema pulmonar. Na madrugada de 7 para 8 de dezembro de 1930, em Matosinhos, Florbela, aos 36 anos, tira a própria vida com uma superdose de Veronal (barbitúrico de ação prolongada, semelhante ao Gardenal).

• Obra


Manuscrito do poema Inconstância. Biblioteca Nacional de Portugal.

Florbela Espanca é a poetisa dos exageros emotivos e confessionais e do lirismo ligado à sua terra. A forma e o método tradicionais de sua poesia, bem como a capacidade de criar imagens fortes utilizando-se dos sentidos (sinestesia) tornam-na simbolista, mas a temática amorosa que abrange também a solidão, a saudade, a tristeza, a morte e o desejo aproximam-na do neorromantismo.

Sua obra poética, constituída por Livro de Mágoas (1919), Sóror Saudade (1923), Charneca em Flor (1931) e Reliquiae (publicado como apêndice na segunda e terceira edições de Charneca em Flor) ganharam repercussão apenas após o seu suicídio, dando-lhe reconhecimento póstumo.

Fontes
Assim Se Escreve... Gramática - Assim Escreveram... Literatura, Odilon Soares Leme, Stella Maria Garrafa Serra e José Albetoni de Pinho
Spectrum Gothic

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