COMENTÁRIOS ANÔNIMOS

Em função do grande número de spam e mensagens ofensivas,
comentários anônimos infelizmente não são mais permitidos neste blog.

A respeito das críticas quanto à credibilidade das informações em nossos
artigos, vale notar que todos possuem referências bibliográficas.
Nosso principal objetivo é abordar assuntos que carecem de fontes seguras
na internet e ajudar na pesquisa de quem busca por eles.

Bruxos



Muito mais do que um simples preparador de poções, um bruxo é capaz de provocar tempestades, lançar raios e transformar objetos sem valor em tesouros inestimáveis.

A palavra bruxo designa tanto agentes do bem quanto do mal. Uma das primeiras e mais conhecidas figuras de um bruxo foi encontrada em uma caverna ao sul da França; O Bruxo da Caverna Les Trois Frères data de mais de 10 mil anos e representa um homem vestindo peles e chifres de animais enquanto executa uma dança ritual. Antropólogos acreditam ser esta a mais antiga imagem do xamã, o mágico tribal responsável pela proteção da comunidade.

• Os bruxos na Antiguidade

Nas antigas civilizações da Babilônia, os mais temidos representantes da magia negra eram especializados em rogar pragas, furar bonecos de cera com alfinetes e invocar demônios. No Antigo Egito, rituais mágicos e histórias sobre eles faziam parte do cotidiano. Nos tempos do faraó Quéops (2600 a.C.) havia o conto do mágico Jajamanekh, que levantou as águas de um lago para ajudar uma jovem a recuperar seu enfeite de cabelo de turquesa.
Acredita-se que bruxos da Grécia e Roma pré-cristãs tenham praticado as artes da adivinhação, visto que a palavra sorcery (bruxaria, em inglês) deriva do latim sors, que significa destino, profecia ou ler a sorte. O poeta romano Virgílio fala do mago Moeris, que podia transferir plantações de um campo para outro, transformar-se em lobisomem e ressuscitar os mortos.

• Xamãs

Embora sejam encontrados em muitas partes do mundo, os primeiros registros do xamanismo estão associados às culturas siberiana e esquimó. A gravura do século XVIII representa um xamã do povo tungu, da Sibéria.

Os métodos dos guardiões das tradições e mitologia das tribos primitivas remontam há pelo menos 30 mil anos e ainda sobrevivem. Em certas culturas, o xamã herdava seu posto; em outras, era indicado por seu antecessor. Havia ainda o homem comum que recebia um chamado por meio de um sonho ou visão; enquanto aprendia a controlar seus dons, ele se retirava para a mata e vivia isolado como um animal selvagem por semanas ou até mesmo meses. Segundo a tradição, ele teria um sonho através do qual receberia instruções de um espírito animal guardião a respeito de seu futuro, poderes e papel na comunidade. Após isso, retornava à sociedade e começava uma nova vida.

O xamã entrava em contato com o reino invisível dos espíritos animais ancestrais quando ficava em transe. Cantos e tambores acompanhavam a dança do xamã envolvido em um manto de penas que simbolizava seu voo para o outro mundo, de onde voltava com informações preciosas.
Em muitas culturas, os rituais eram acompanhados por exibições de poderes sobrenaturais executados por truques. Os xamãs podiam caminhar sobre fogo, escapar de armadilhas com cordas, engolir facas, comer vidro e fazer bonequinhas dançarem; por meio de ventriloquia, travavam conversas públicas com espíritos e certamente contribuíam para a eficiência psicológica da medicina xamã.

• Bruxos ou Magos?

Durante a Idade Média, se a magia fosse benéfica, seu autor era considerado um mago; se fosse nociva, então era um bruxo. Na Inglaterra, entre 1542 e 1604, quando foram passados os Três Autos de Bruxaria, qualquer tipo de prática desse gênero foi proibida, mas o número de magos acusados ainda era pequeno em relação ao de bruxos.
Os magos eram protegidos por seus próprios clientes, mas por outro lado ficavam vulneráveis aos fregueses insatisfeitos que podiam denunciá-los às autoridades por bruxaria. Mas, durante o Renascimento, apesar da conotação negativa, estudiosos, médicos e alquimistas como Nicholas Flamel também passaram a ser chamados de bruxos.

• Magos

Sem dúvida o mais famoso de todos os magos, Merlin era capaz de criar exércitos-fantasma, transformar a noite em dia e prever o futuro. Apaixonou-se pela feiticeira Vivien (A Dama do Lago) e revelou-lhe seus segredos mágicos; usando o que aprendera, ela lançou um feitiço que o aprisionou para sempre em um carvalho.

A figura do mago capaz de fazer qualquer coisa ficou conhecida em todo o mundo em 1940 com a animação Fantasia, uma adaptação de Walt Disney para O Aprendiz de Feiticeiro. Baseada na história de Luciano, autor romano do século II, e recontada pelo alemão Goethe, a obra retrata a bruxaria como algo maravilhoso para um grande mágico.

Durante o século XVI, a palavra mago passou a designar também astrólogos da corte e encantadores que faziam truques de mágica para divertir as pessoas - além de ser o termo preferido dos autores de ficção.
Os magos são símbolo de sabedoria tanto na literatura quanto na história: entre seus ancestrais estão milhares de homens e mulheres reais que viveram na Europa medieval. A maioria das aldeias tinha ao menos um mago profissional que oferecia uma variedade de serviços, como encontrar objetos perdidos, tesouros escondidos ou pessoas desaparecidas, ler a sorte, lançar ou quebrar feitiços, confeccionar amuletos e preparar poções.

Até o século XVII, a adivinhação servia como base para prisões e, se um mago denunciasse um ladrão, a acusação era levada a sério. Além disso, os magos também davam conselhos amorosos e ajudavam a decidir o rumo dos negócios; em troca, recebiam uma pequena gratificação ou donativo.
Assim como os magos, a maioria dos clientes era pobre, mas as classes mais altas da sociedade não hesitavam em procurá-los. Um mago de renome entre os aristocratas podia ganhar muito dinheiro com poções do amor e conselhos políticos.

• Rezadores


Dos tempos medievais até o século XIX, quase todas as cidades e vilarejos europeus tinham o seu mágico residente, que exercia um papel semelhante ao do xamã tribal. Conhecido como mago ou rezador (as mulheres eram chamadas benzedeiras), era consultado pelos mesmos motivos que levavam os antigos a procurar o xamã - cura, adivinhação -, mas não realizava cerimônias públicas, não entrava em transe e nem vestia peles de animais.
Os rezadores serviam de médicos e até mesmo veterinários, em aldeias menores. Tinham noções de astrologia, quiromancia e interpretação de sonhos aprendida em livretos populares. Muitos eram analfabetos e adquiriam seus conhecimentos através de colegas de profissão ou parentes, mas dizem as lendas que aprendiam seus segredos com as fadas.

Embora existissem leis contra a prática de magia, todos trabalhavam abertamente. Os rezadores das cidades cobravam mais caro e eram consultados por aristocratas riquíssimos. Um dos mais famosos rezadores de seu tempo foi Simon Forman, que viveu em Londres entre 1552 e 1611 e escreveu diários minuciosos sobre os tipos de assuntos que levavam seus clientes a procurá-lo - entre eles estavam comerciantes em busca de conselhos astrológicos e esposas de marinheiros pedindo pela segurança dos maridos.
Forman era astrólogo e, embora não tivesse direito de exercer medicina, realizou muitas curas (isso quando a medicina considerava benéficas terapias que a ciência moderna provou serem nocivas, como a sangria). De acordo com a tradição, ele teria feito um horóscopo em que previa a hora exata da própria morte, que ocorreu em 08 de setembro de 1611, enquanto ele remava no rio Tâmisa.

Fontes
O Manual do Bruxo - um dicionário do mundo mágico de Harry Potter, Allan Zola Kronzek e Elizabeth Kronzek

Nenhum comentário:

Postar um comentário