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Super Size Me

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Atualmente, estima-se que cerca de 100 milhões de habitantes norte-americanos estejam gordos ou obesos. Até mesmo o cigarro, que anualmente mata milhares de pessoas, perde para a obesidade como a maior causa de morte evitável do mundo e passa a ocupar o segundo lugar.

Dentre todos os 50 estados norte-americanos, apenas um exige aulas semanais de Educação Física nas escolas primárias e secundárias. As cidades de Detroit (Michigan) e Houston (Texas), respectivamente, são as duas cidades mais gordas do país. Nos últimos anos, o número de crianças e adolescentes obesos triplicou.
Doenças respiratórias como asma e apnéia - que podem levar à morte por asfixia, principalmente durante o sono -, hipertensão, infertilidade e os mais diversos tipos de câncer são apenas algumas das consequências.

• McDonald's


A rede McDonald's, sozinha, responde por 43% do mercado de fast foods do mundo. Espalhadas por seis continentes, existem mais de 30 mil lojas em todos os lugares imagináveis - desde aquários até hospitais. Existem mais McDonald's do que unidades do Burger King, Wendie e Taco Bell juntos, principalmente na cidade de Nova Iorque (maior concentração de lojas).
Lanches com brindes, parquinhos anexados às lojas, desenhos animados e uma verdadeira lavagem cerebral feita pela mídia seduzem especialmente as crianças, mas o fato é que, todos os dias, 1/4 da população norte-americana se dirige ao McDonald's mais próximo.

Na última década, centenas de processos foram abertos contra algumas redes de fast food (a grande maioria contra o McDonald's) por pessoas que adoeceram e/ou se tornaram obesas e tentaram repassar a culpa para os lanches. A grande maioria deles não foi aceita pelos juízes, e os que foram levados adiante acabaram por perder a causa: como resposta, as lanchonetes alegavam que não havia provas da sua responsabilidade pelos males que acometiam seus assíduos clientes.

• A Dieta do Palhaço


Morgan Spurlock, hoje com 41 anos, é um adulto saudável, sexualmente ativo e perfeitamente normal. Com 1,85m de altura e 84kg, possui um bom IMC (índice de massa corporal), 11% de gordura corporal e ingere apenas suplementos vitamínicos que ajudam a complementar a sua alimentação. Ex-fumante, não é alérgico, diabético e nem apresenta histórico de doenças cardiovasculares.

Em 2003, Morgan resolveu testar as consequências de uma dieta baseada única e exclusivamente em McDonald's. Para que os efeitos não se tornem irreversíveis, seu quadro será acompanhado por um cardiologista, um gastroenterologista e um clínico geral - além de uma nutricionista.
Durante 30 dias, tudo o que Morgan consumir - até mesmo a água - deve provir do McDonald's. Ele deve ingerir, no mínimo, três refeições diárias (café da manhã, almoço e jantar) e, ao fim da dieta, deverá ter experimentado ao menos um vez cada item do cardápio; se o tamanho gigante lhe for oferecido pelo atendente, ele será obrigado a aceitá-lo.

De início, os médicos foram otimistas e estimaram apenas um aumento de peso e, consequentemente, na quantidade de triglicérides no sangue. Como bom sedentário, Morgan deve dar, no máximo, 5 mil passos por dia (levando-se em conta que os nova-iorquinos caminham bastante).

• Análise do quadro

Ao primeiro dia, Morgan está eufórico em realizar o sonho de toda criança de 10 anos e viver de sanduíche e batatas fritas. Mas a empolgação logo passa e, a partir do segundo dia, o repentino excesso de açúcar no sangue gera mal estar e ele vomita seu almoço - um Big Mac praticamente intacto - em menos de meia hora.
Ao quinto dia, é realizada pelos médicos a primeira pesagem: 88 kg. Ou seja: em menos de uma semana, sua massa corporal aumentou em 5% e suas necessidades energéticas diárias passaram de 3 mil para 5 mil quilocalorias. Ao fim dos primeiros sete dias, dor e sensação de pressão no peito já fazem parte da rotina.

Ao nono dia, Morgan está desmotivado, mal-humorado, logo sente fome e percebe que só volta ao normal após comer novamente. É como um vício. A segunda pesagem revela que seu peso já atingiu a casa dos 92kg (aumento de 10% da massa corporal); ele ganhou 8kg em 12 dias, e a nutricionista que o acompanha sugere que ele corte os hambúrgueres duplos e milkshakes. De 109, seu colesterol está em 200 e sua namorada admite que, sexualmente, ele já não é mais o mesmo.
Seu fígado está tão envenenado e deteriorado quanto o de um alcóolatra. Embora o órgão seja resistente a danos, exames sugerem fibrose: manchas de gordura que, caso não haja mudança nos hábitos alimentares, podem levar à morte do tecido, principalmente em crianças.

Ao 21º dia, dores de cabeça, taquicardia e falta de ar interrompem o sono de Morgan durante a madrugada. Na manhã seguinte, embora seu ácido úrico (produto de excreção da uréia, substância tóxica filtrada pelos rins) esteja altíssimo, seu eletrocardiograma não demonstra alterações.

• Resultado


A última pesagem nos permite calcular, em números, a dimensão do estrago no corpo de Morgan: em 30 dias, ele ganhou 11,2kg de pura gordura. Seu colesterol aumentou em 65 pontos e ele está duas vezes mais suscetível a um ataque cardíaco. É como se ele tivesse ingerido 13,6kg de açúcar e 5,4kg de gordura saturada de uma só vez; a quantidade de McDonald's que ele comeu em um único mês é a que se recomenda para, no mínimo, oito anos. Se continuasse com a dieta durante mais algum tempo, Morgan morreria.

Para restabelecer seus hábitos alimentares normais, a nutricionista precisa reunir o maior número de vegetais limpadores e desintoxicantes possível; hortaliças frescas e frutas orgânicas serão as principais responsáveis em repor todas as vitaminas e minerais (micronutrientes) que estão praticamente inexistentes em seu organismo.

• Conclusão

A iniciativa de Morgan Spurlock, que dirigiu o próprio documentário, e as consequências de uma má alimentação chamaram a atenção da sociedade para os seus próprios hábitos. 40% das refeições do homem moderno são industrializadas, de péssima qualidade nutricional e feitas às pressas. Mas o fato é que, enquanto não houver a preocupação individual em levar uma vida mais saudável - porque, como alegam as lanchonetes, ninguém foi enganado a respeito do que estava comendo -, o verdadeiro empreendimento que são as redes de fast food continuarão a render milhões de dólares.

Fontes
Super Size Me - A Dieta do Palhaço (documentário, 2003)

3 comentários:

  1. Já tive a oportunidade de assistir esse documentário, e é realmente impactante.

    McDonald's é como prostituta, todo mundo sabe que não presta mas não consegue largar (?)Q, rs

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  2. Desculpem a intromissão, mas posso expressar uma opinião? Hum... Creio que um assunto bem interessante (pelo menos para mim) da qual, vocês poderiam tratar aqui, seria sobre historia da língua portuguesa, como surgiu, quais as influências? Etc. para mim é uma história interessantíssima, e seria um prazer imensurável lê-la aqui.

    P.S: Ah, vai. Pelo menos levem em consideração. ;-)

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  3. Apesar de saber disso tudo não consigo parar de comer McDonald's... Acho que concordo com a Ariane ali em cima...kkk

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