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Automutilação


Na década de 1930, a automutilação (em inglês, self-harm) foi classificada pelo psicanalista húngaro Adolph Stern como uma patologia (doença, distúrbio) entre a neurose e a psicose - que geram disfunções no metabolismo cerebral, desintegram o Ego e provocam uma angústia desesperadora.

Cortar ou queimar partes do próprio corpo, reabrir feridas em processo de cicatrização, ferir-se com agulhas, pregos, cacos de vidro ou outros objetos pontiagudos, chicotear-se, enforcar-se por alguns instantes e ingerir grandes doses de remédios sem nunca haver intenção de suicídio estão entre as formas mais comuns de automutilação.

• Por quê?

Para quem pratica a automutilação, ela representa uma espécie de troca da dor emocional pela dor física: sangue por alívio.
Cerca de 2% da população mundial, em sua maioria mulheres, praticam agressões contra o próprio corpo. Atualmente, os poucos pesquisadores que abordam o assunto acreditam que a automutilação, quando associada a eventos traumáticos - ou apenas à sua lembrança - como violências sexuais, orfandade, bullying ou uma grande desilusão, pode ter origem genética. Cada vez mais acredita-se também que esta disfunção esteja relacionada aos transtornos de Personalidade Borderline (TPB) e bipolar e a distúrbios alimentares como a anorexia e a bulimia.
Depressão, baixa autoestima e ansiedade também são fatores que contribuem para o desejo inconsciente de autopunição.

Embora os sintomas costumem se manifestar durante a adolescência (ou até mesmo na infância), a automutilação não é uma maneira desesperada de chamar atenção - e, ao contrário do que se costuma dizer, ela pode estar relacionada a qualquer coisa, mas nunca ao suicídio.

• Como o inferno começa

Tímidos, os primeiros cortes são superficiais, cicatrizam em menos de uma semana e à vezes sequer deixam alguma marca. Imediatamente após estes primeiros ensaios, reina um sentimento de alívio que instiga o desejo de, por assim dizer, aperfeiçoá-los.
Depois de algum tempo, as sessões de automutilação se transformam em um ritual cada vez mais frequente e cuidadosamente elaborado. Braços (principalmente os pulsos), pernas (principalmente as coxas) e abdômen costumam ser os pontos mais atingidos. Aliás, pensar que há controle sobre as partes do corpo que serão lesionadas é um equívoco, pois não o há; os cortes, mais graves e profundos, além de coçar horrivelmente, chegam a causar febres altas e infecções e muitas vezes precisam ser fechados com pontos. Limpar todo o sangue do chão, das paredes, da pia, das toalhas e lavar as roupas ensanguentadas no banheiro - além de gazes, esparadrapos e antibióticos - passam a fazer parte da rotina.

Passado o falso alívio, o sentimento de culpa pelo descobrimento e sutil destruição do próprio corpo é embalado por um terrível ataque de pânico. O ar parece sufocante e a vontade de chorar é irreprimível.

• Consequências

Por medo de ser exposto e recriminado, o automutilador vive em um constante estado de vergonha e tem verdadeiro pavor de que a família e os amigos o toquem e descubram. Apresenta dificuldade em explicar cicatrizes repetidas e, por isso, mesmo em dias muito quentes, passa a vestir-se apenas com roupas de mangas longas e deixa de frequentar praias ou piscinas.
Logo que realmente se dá conta das feias cicatrizes que traz na própria pele, passa a olhar para as pessoas em busca de marcas em seus corpos, e, não encontrando-as, sente-se ainda mais solitário e introspectivo e já não consegue reconhecer-se a si mesmo (crise de identidade).

• Tratamento

Os sintomas da automutilação podem, na maioria dos casos, permanecer por até dez anos. Nos últimos tempos foram desenvolvidos muitos tratamentos com drogas específicas, embora nenhum deles tenha eficácia comprovada. O mais recomendável continuam a ser a análise simples e individual para resgatar a autoestima e a psicoterapia em grupo, que procura despertar a consciência para os efeitos devastadores deste mal.

Entretanto, outros meios de abandonar aos poucos a necessidade de se automutilar consistem em escrever textos, poemas ou contos e até mesmo desenhar. Impedir à força que o automutilador continue a ferir-se apenas o machucaria ainda mais; ele precisa sentir-se amado e vivo, e não à beira de um abismo sem fundo. Mente sã, corpo são.

Colaboradores
Diorgenes Calumby sugeriu o tema da postagem

Fontes
InfoEscola
Antes de fazer seu primeiro corte (Lucas Nietzel, Youtube)
Automutilação: como o inferno começa (Youtube)

8 comentários:

  1. olá, obrigada pelo comentário em meu blog!Gostei muito do seu blog, estou seguindo, aliás, esse texto de auto mutilação achei muito interessante, não sabia que são mais as mulheres que fazem essa agressão. E deve ser horrível, com certeza devem ter um medo enorme da família descobrir.
    Parabens pelo post!
    Abraço e boa semana!

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  2. Nossa esse texto ficou muito legal..... Eu fasso automotilaçao mais ainda estou no comesso e espero conseguir parar eu me sinto exatamente como esta escrito.....

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    1. Sei o que você esta sentindo, também estou no primeiro passo, e realmente espero parar

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    2. eu me sinto assim e sei o quanto e ruim se automutilar, eu fiz isso uma vez mas só parei porque pensei que meus pais tinham chegado, eu estou tentando não fazer isso mas tudo esta levando como conforto e alivio a automutilação

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Realmente não é fácil pra ninguém eu pratico automutilação a 5 anos e tudo que eu quero é parar com isso

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  5. sendo asim sinto que não a volta para min apenas espero algum dia achar a paz que tanto procuro mais não acho.

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