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Barroco


Madalena Penitente, George de La Tour
O termo barroco (que, em alusão a uma pérola defeituosa e de múltiplas faces, significa pérola irregular) designa, além de uma tendência artística, um movimento literário que iniciou-se em meados do século XVII, sucedeu o Classicismo e antecedeu o Arcadismo.

Embora mantenha certo vínculo com a cultura clássica, o Barroco busca seus próprios caminhos e encontra na crise espiritual que afetava o Ocidente um perfeito ambiente para expressar suas dúvidas e inquietações. De um lado, estavam a sensualidade e o paganismo renascentistas em declínio; de outro, a revitalização do teocentrismo medieval pela Contra-Reforma Católica.

• A Poesia Barroca

As Vaidades da Vida Humana, Harmen Steenwyck
A temática muito constantemente reflete os mais altos estágios de tensão da alma e ressalta a valorização da experimentação humana, assim como a transitoriedade das coisas e a breviedade ilusória da vida. Flores e ruínas simbolizam o lema carpe diem (em latim, aproveita o dia), um convite a aproveitar o presente momento livre de quaisquer outras preocupações.

Dentro do Barroco, desenvolveram-se ainda duas tendências literárias: o cultismo e o conceptismo.

•••••••Cultismo - consiste no rebuscamento formal das palavras, caracterizado pelo uso de termos sofisticados e pela exploração sensorial (cores e sons em narrações violentas e fantasiosas).

•••••••Conceptismo - jogo de idéias caracterizado pela sutileza do raciocínio e do pensamento lógico e por analogias e histórias ilustrativas.

Em suma, a poesia barroca - seja ela lírica, satírica ou épica - utiliza-se de uma linguagem de difícil entendimento, além de excessivamente rebuscada, hipérbole e impregnada por figuras de linguagem como metáforas, analogias e paradoxos.

• O Poeta Barroco

Dividido entre a vida e a morte, a matéria e o espírito, o amor e o prazer, o pecado e o perdão, o homem barroco rejeita a ordem natural das coisas e torna-se contraditório e imediatista. Em perfeitas condições financeiras de ascender socialmente, mas impedido pelas altas classes do Antigo Regime de libertar-se, procura estabelecer-se em um polo intermediário - embora consciente de que a perfeição idealizada pelos clássicos está além da capacidade limitada dos seres.
O Tempo, por sua vez, é visto como uma punição à vaidade e ao egoísmo humanos, induzindo o poeta a arrepender-se por seus pecados e reconhecer a inesgotável bondade de Deus.

• Portugal e Brasil.
Em Portugal, a disseminação do Barroco aconteceu em um momento de fragilidade cultural. Sob o domínio político da Espanha e com a morte de Luis de Camões ainda recente, os poetas portugueses tornam-se saudosistas e voltados às obras de Vasco da Gama e D. Sebastião. Com o intento de fortalecer os nobres, surgiram mais de 20 grandes Academias, como a Academia dos Generosos e a Academia Pontifícia.
Padre Antônio Vieira, cujas obras são tanto lusitanas quanto brasileiras, é seu principal ícone.

Inicialmente frágil e presa aos moldes portugueses e italianos e sem algum público ativo, o progresso da literatura barroca brasileira deveu-se única e exclusivamente a esforços individuais. A Academia Brasileira dos Esquecidos (1724) e a Academia Brasileira dos Renascidos (1759) foram as mais importantes do país.
Em meio à mediocridade da cultura colonial brasileira, Gregório de Matos é uma rara exceção - que, provavelmente, deve-se à sua formação portuguesa. Ele inaugurou as poesias lírica e satírica no país e escreveu poemas sacros e eróticos que lhe custaram alguns anos de exílio em Angola.

Fontes
Assim Se Escreve... Gramática - Assim Escreveram... Literatura, Odilon Soares Leme, Stella Maria Garrafa Serra e José Albetoni de Pinho
Português: Linguagens, Willian Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães

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