COMENTÁRIOS ANÔNIMOS

Em função do grande número de spam e mensagens ofensivas,
comentários anônimos infelizmente não são mais permitidos neste blog.

A respeito das críticas quanto à credibilidade das informações em nossos
artigos, vale notar que todos possuem referências bibliográficas.
Nosso principal objetivo é abordar assuntos que carecem de fontes seguras
na internet e ajudar na pesquisa de quem busca por eles.

Islamismo


Baseado nos ensinamentos do profeta Maomé e religião que mais cresce em todo o mundo, o Islamismo tem aproximadamente 1500 anos e é quase tão antigo quanto o próprio Cristianismo.
A própria palavra islã (que, em árabe, significa submeter) exprime a submissão do muçulmano (em árabe, muslinum = aquele que se submete a Deus) às leis e à vontade de Alá: além de uma rígida doutrina religiosa, o Islamismo é também um intolerante sistema moral e político.
.
• Maomé
.
Maomé (corruptela hispânica de Mohammed, que por sua vez deriva do verbo hâmada e significa digno de louvor) nasceu na cidade de Meca, na atual Arábia Saudita, em 570 d.C. Pertencia ao clã dos Hashim, uma ramificação da tribo dos coraixitas. Filho de Abdulá e Amina, tornou-se órfão aos seis anos de idade e foi criado inicialmente pelo avô paterno, Abd Al-Mutalib, e depois pelo tio, Abu Talib.

Assim como todos os homens de sua família, iniciou-se na prática do comércio, mas veio a tornar-se um prodigioso político e legislador. Aos 25 anos, já com a reputação de um comerciante próspero e honesto, casou-se com uma riquíssima viúva chamada Khadija. 15 anos mais velha do que Maomé e sua primeira esposa, Khadija foi a primeira a converter-se à religião pregada por ele.

Aos 40 anos, acredita-se Maomé tenha recebido as primeiras revelações sobre sua missão através do Arcanjo Gabriel - revelações estas que se repetiriam durante toda a vida do profeta e logo seriam registradas no que hoje é o Alcorão.

Diante das tradicionais crenças politeístas das tribos semitas, o monoteísmo de Maomé gerou perseguições religiosas e obrigou-o a fugir para a cidade de Medina. Em 630 d.C., após alguns anos de lutas pelo controle das rotas comerciais do Oriente, Maomé conquistou Meca e voltou a Medina - onde, após dois anos, morreu sem deixar sucessores.

• Livros Sagrados

Mesmo após a sua morte, Maomé deixou o legado de uma comunidade espiritualmente unida e politicamente organizada a partir de seus ensinamentos.

Principal base da religião islâmica, o Al-Coran (vulgarmente, Alcorão), cuja edição definitiva foi lançada em 650 d.C., é o resultado dos mais de 20 anos de pregação de Maomé: são 6226 versos distribuídos em 114 capítulos.
Já a Suna, segunda maior fonte doutrinal do Islamismo, é um compêndio de leis, preceitos civis baseados nos ahadith (ditos e feitos) e textos relacionados às palavras do profeta.

• Doutrina

O Islamismo crê em um único e verdadeiro deus - Alá - e nos 124 mil profetas que este já enviou ao mundo (apesar de apenas 30 estarem diretamente relacionados ao Alcorão). Destes, os seis principais são Adão, o escolhido de Alá; Noé, o pregador de Alá; Abraão, o amigo de Alá; Moisés, o porta-voz de Alá; Jesus, a palavra de Alá; e Maomé, o apóstolo de Alá.
Crê também no nascimento virginal de Jesus, assim como em sua morte expiatória, ressurreição corporal e ascensão gloriosa aos céus; na criação dos seres humanos iguais em méritos, opostos em sexo e perfeitos física, psíquica e espiritualmente; na pecaminosidade que destituiu este mesmo homem da glória divina; e no arrependimento por seus erros - único meio de resituí-lo diante de Deus.

Os muçulmanos acreditam que haverá o Dia do Juízo Final - onde os justos serão enaltecidos e os desonestos, humilhados publicamente e condenados ao sofrimento eterno -, mas acreditam também no carma do destino e admitem o culto a santos e espíritos (djinn), sejam eles bons ou maus.
Segundo Maomé, Alá é o autor do bem e do mal e suas ordens são cruéis e imperativas. Quanto aos anjos, diz-se que são inferiores aos homens mas intercedem por eles.

• Os Pilares da Fé

Recitação do credo islâmico

"Não há outro Deus além de Alá e Maomé é o seu profeta (em árabe, La Ilaha Ilal Lah, Mohammad Raçulul-Lah)". A declaração desta sentença - que também costuma ser recitada para recém-nascidos-, denominada Chahada, é o bastante para garantir a entrada no paraíso após a morte e repeti-la faz acumularem-se méritos.

Preces cotidianas

Cinco vezes ao dia em diferentes posições (de pé, de joelhos ou deitado sobre um tapete especial) e horários (ao amanhecer, ao meio dia, ao meio da tarde, ao crepúsculo e à noite), as salats são obrigatoriamente realizadas em direção a Meca. Um religiososobe a uma torre da mesquita, chamada de minarete, onde toca uma corneta denominada muezim para convocar os outros fiéis para a missa. Antes de cada oração, o fiel deve lavar o rosto, os braços, as mãos e os pés.

Ramadã

Durante todo um mês (o nono do calendário islâmico), os muçulmanos jejuam do nascer ao pôr do sol em celebração à primeira revelação de Alá recebida por Maomé. Segundo eles, os portões do paraíso se abrem, os do inferno se fecham e aqueles que jejuam recebem o perdão por seus pecados.
Durante o Ramadã, não é permitido comer, beber, fumar ou manter relações sexuais em nenhuma das horas em que há a luz do dia. O término de cada jejum é celebrado com uma oração e uma refeição chamada iftar - após a qual é comum que a família saia para visitar amigos e parentes.
Caso quebre o período de abstinência, o (in)fiel deverá alimentar uma pessoa necessitada para cada dia desrespeitado. O bem feito pelo jejum do Ramadã também pode ser anulado através de gestos de ganância, falsidade ou traição; atitudes como estas já são normalmente consideradas ofensivas, mas são muito mais condenáveis durante o Ramadã.

Neste mesmo período de jejum, costuma-se recitar uma prece especial chamada Oração de Taraweeh (em árabe, Oração Noturna), a qual é três vezes mais extensa do que as preces cotidianas. Muitos muçulmanos vão a mesquitas para estudar o Alcorão.
À noite do 27º dia do nono mês, é celebrado o Laylat-al-Qadr (em árabe, Noite do Poder), noite em que acredita-se Maomé tenha recebido de Alá o sagrado Alcorão. Segundo o livro sagrado, é nesta noite em que Deus determina o futuro do mundo durante todo o ano seguinte.

Ao fim do jejum - primeiro dia do mês de Shawwal -, comemora-se o Id-al-Fitr (em árabe, Banquete do Término do Jejum), feriado de três dias em que as famílias fazem banquetes e algumas cidades promovem festivais.

Peregrinação a Meca

Ao menos uma vez na vida, todo muçulmano dotado de condições físicas e financeiras deve ir até Meca durante a festa de Eid el Adha, que relembra o dia em que Abraão aceitou a ordem de sacrificar um carneiro no lugar de seu filho.

A cada ano, estima-se que cerca de dois milhões de fiéis realizem a peregrinação, vestindo-se com roupas simples para serem igualmente reconhecidos diante de Deus, independentemente de sua classe social.

Pagamento do Zakat
Imposto anual que corresponde a 2,5% do lucro pessoal de cada muçulmano em prol da purificação (significado da palavra zakat), do ato de caridade para com os pobres e da manutenção e construção das riquíssimas mesquitas.

Jihad

Considerado por alguns como o sexto pilar da fé islâmica, o Jihad é a guerra santa através da qual almeja-se atingir um dos principais objetivos do Islamismo: reformar a humanidade.

Acredita-se que qualquer muçulmano que morra em defesa de Alá, alcançará a vida eterna. Um bom exemplo deste espírito é a guerra no Kuwait: iniciada em 1990 e empreendida por Saddam Hussein, ela nada mais foi do que uma convocação aos muçulmanos para uma guerra santa contra os Estados Unidos e todo o Ocidente em razão da proteção ofertada a Israel.

• Proibições

A doutrina islâmica proíbe o consumo de carne suína e quaisquer alimentos dela derivados, assim como drogas e substâncias que causam dependência física ou psíquica. O consumo de bebidas alcoólicas deve ser moderado e manter hábitos saudáveis é quase uma obrigação.

• Hierarquia

Diferentemente do Cristianismo, no Islamismo não há uma hierarquia religiosa constituída por bispos ou sacerdotes. Existem o califa, chefe dos fiéis; o vizir, espécie de primeiro-ministro; os omais, representantes do califa nas províncias; os cádis, representantes da justiça; os imamos, que recitam nas mesquitas as cinco preces cotidianas; o muezim, que chama os fiéis para as orações; e os ulemás, alguns teólogos eruditos.

Patriarcal e extremamente conservadora, a fé islâmica não admite que mulheres adentrem em mesquitas e permite que um muçulmano mantenha até quatro esposas simultaneamente.

• Calendário

O calendário islâmico inicia-se em 622 d.C. com a chamada Hégira (em árabe, exílio), que marca a fuga de Maomé para Medina.
Subdividido de acordo com os 12 ciclos completos que a Lua descreve ao redor da Terra, o ano muçulmano é cerca de 11 dias mais curto do que o ano solar.

• Subdivisões

Sunitas e Xiitas

Uma vez que a tradição islâmica não distingue a prática religiosa da estrutura política, entende-se que os sunitas surgiram como um grupo de oposição à hegemonia do Califado - instituição hereditária que comanda o Islã. Tanto no passado quanto nos dias atuais, os sunitas foram os grandes responsáveis pela difusão do Islamismo no mundo.
Os xiitas, por sua vez, são - ao menos originalmente - seguidores de Ali (um califa que dizia-se descendente em linha reta de Maomé). O Talebã, por exemplo, uma das maiores e mais conhecidas correntes extremistas islâmicas, é formado por xiitas.

Embora 85% da população muçulmana seja sunita, em países como Iraque, Irã, Paquistão e Iêmen, praticamente todos são xiitas.

Sufistas

O Sufismo (termo derivado da palavra suf, que designa uma roupa de lã muito usada pelos ascetas, povo que deu origem a esta facção) prioriza unicamente o caráter religioso do Islamismo. Fundindo elementos do Budismo ao Hinduísmo, ao Cristianismo e até mesmo à antiga religião grega, os sufistas praticam apenas a repetição de algumas frases sagradas semelhantes a mantras e uma espécie de dança conhecida como Dança dos Dervixes, que consiste em rodopios rápidos e violentos que culminam em um transe hipnótico - o qual diz-se permitir um contato mais direto com a sabedoria de Alá.

• Estatísticas


Existem cerca de 1,5 bilhão de muçulmanos em praticamente todos os países do mundo: na Índia, são 100 milhões; na China, 50 milhões; no Brasil e nos Estados Unidos, 4 milhões.

Em 1999, o Islamismo tornou-se a religião mais praticada em todo o planeta.
Estima-se que, a cada cinco pessoas no mundo, uma seja muçulmana. Dentre todos os intelectuais que se convertem a uma religião, 70% escolhem o Islamismo. Nos últimos 100 anos, o Islamismo cresceu em 19%.

Alguns dos países com maior expressão de população muçulmana são Afeganistão, Arábia Saudita, Azerbaijão, Barein, Brunei, Catar, Cazaquistão, Emirados Árabes Unidos, Irã, Iraque, Kuwait, Líbano, Líbia, Palestina, Paquistão, Omã e Turquia.

Fontes
Mundo Islâmico

Um comentário:

  1. Religião mais praticada? Estou surpreso. O artigo ficou ótimo. Uma coisa que interessa saber é, o preceito da Jihad (guerra santa) está presente no Alcorão? Ou é apenas um discurso que se estabeleceu com o agravamento do radicalismo doutrinário? (Léo)

    ResponderExcluir